Ártico

quinta-feira, 29 de março de 2012

CIDADES SUSTENTÁVEIS E O "TRANSITION MODEL"

Ainda repercutindo a palestra de Fritjof Capra, foi-lhe perguntado o que é, afinal, uma Cidade Sustentável e como está o Brasil no cenário da sustentabilidade sob a perspectiva do Crescimento Qualitativo.

Para ele, os indicadores de uma cidade sustentável são:

1) Pegada Ecológica de aprox 3 hectares por pessoa (no Brasil, estamos nessa média; para comparação, a dos EUA é de 8 hectares). Sugeriu monitorar os dados pela GLOBAL FOOTPRINT NETWORK.

2) Grande diversidade ecológica e humana

3) Conectividade da comunidade (o quanto empregos e produtos consumidos são locais)



4) Também sugeriu consulta ao TRANSITION TOWN MOVEMENT da Inglaterra (http://www.transitionnetwork.org), baseado no livro de Rob Hopkins "The Transition Handbook", que formou uma rede global para estimular, conectar, sustentar e treinar comunidades a se auto-organizarem segundo o Modelo de Transição, criando iniciativas que possam ser replicadas por outras cidades. Como exemplo, a permacultura, redução de emissões de CO2, energias limpas.

O Brasil pode ser líder mundial em Crescimento Qualitativo. Temos como traço cultural o gosto pelo relacionamento humano, a receptividade, a alegria de viver, solidariedade e diversidade racial, religiosa e cultural - com convivência harmônica dentro do país e com os estrangeiros que nos visitam. Também apontou como muito importante a institucionalização de organismos públicos com ênfase social pelo governo Lula. Oscar Motomura (Amana-Key) elogiou o trabalho de Fernando Henrique Cardoso em sua época de ministro no governo Itamar, que estabilizou a economia e nos livrou do fantasma da inflação.

Como sabem, tenho militado por uma cidade mais sustentável, especialmente investindo na região em que moro, a tal "Macrozona Condicionada" que abrange Barra, Recreio, Jacarepaguá e Vargem Grande), por meio do projeto BARRA SUSTENTÁVEL, que já vai para o seu 4o ano e agrupa demandas de lideranças comunitárias e empresariais locais. Quase perco a palestra de Capra porque levei o absurdo tempo de uma hora para percorrer 4 km no meu bairro no final da tarde. Inversão total de valores: a cidade não serve à mobilidade dos cidadãos, mas à indústria de automóveis. Ruas entupidas, inexistência de alternativas de transporte público de qualidade e com ampla cobertura geográfica, alta emissão de CO2.

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