Em 2006 o economista Muhammad Yunus ganhou o Prêmio Nobel da Paz pelo seu trabalho social, que começou em 1976 com a criação do Grameen Bank em Bangladesh. A idéia ia na contramão do setor bancário: oferecer microcrédito para os mais pobres, prioritariamente mulheres, onde a garantia do empréstimo seria a palavra do mutuário e o banco pertenceria aos próprios clientes. Hoje, 20 anos depois, o banco tem 7,2 milhões de clientes, sendo 96% mulheres, com taxa de inadimplência de apenas 1,5%. Comparativamente, as mulheres representavam apenas 1% dos mutuários de bancos em geral na época.
Rompendo o paradigma vigente, Yunus acredita que a crise atual é fruto da desumanização da economia e a pobreza uma criação artificial, portanto passível de ser eliminada. O microcrédito é essencialmente a economia real, "olho no olho", baseada na confiança, humanizada. O sistema bancário de transações artificiais e virtuais é consequência da ganância e do consumismo, e sustenta a lógica errada de que as empresas existem para fazer lucro - embora precisem dele para existir, seu objetivo de fato é (ou deveria ser) trazer bem-estar para as pessoas.
O Grameen Bank vai até a casa dos clientes e cada funcionário tem uma carteira de 600 atendidos que conhece pelo nome e precisa saber o nome dos filhos, com metas que incluem sua inserção na escola. Ainda inventou os "Negócios Sociais", empreendimentos que geram benefícios sociais como alimentação e água limpa, onde os clientes pagam barato, suficiente apenas para recuperar os custos da operação e devolver aos investidores o capital colocado, sem lucro.
Para assistir a palestra de Yunus na íntegra no Encontro sobre Sustentabilidade do Banco Real/Santander em 11/nov/08 acesse www.bancoreal.com.br/sustentabilidade.
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