Ártico

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

[DIGITAIS] Google ou Hal 8000 ?


Sou uma fã do Google e como milhares de pessoas uso seus programas Gmail, Picasa, Blogger, G.Search, Youtube e G.Earth, indiscutivelmente super amigáveis no manuseio, eficientes, inteligentes e gratuitos. Mas me assusta bastante a magnitude que as invenções brilhantes deles está tomando – diga-se de passagem, mais por mérito tecnológico do que marketing ou tramóias empresariais. Já vimos esse filme antes, quando a Microsoft varreu o mercado com seu Windows, só anos mais tarde ameaçada pelo Linux, Apple e alguns processos bilionários por tentativa de cartelização.

No capítulo que aborda os romances via internet do livro que estou finalizando, menciono a tecnologia de mídia social “affecting computing”, sistema para automatizar o encontro casual, estudado pelo Media Lab/MIT e Bluetooth entre outras diversas empresas desde 1998. O Latitude recém-lançado pelo Google, que permite achar seus amigos via sinal do celular é finalmente essa tecnologia trazida para o cotidiano acessível e não apenas coisa de serviço secreto. Ainda inventaram o Gmail Offline (que vai ameaçar o Outlook Express), o Google Maps, o Book Seach e a futura Universidade da Singularidade, que vai investir em inteligência artificial. Num post de 03/jul/08 informei que a justiça americana estava obrigando o Google a entregar os IDs e vídeos vistos por cada um dos internautas que usaram o YouTube, sob protestos de violação de privacidade, o que felizmente foi contornado.

Page e Brin, os fundadores, parecem ser gente boa e idealistas. Gente que incentiva o compartilhamento, a qualidade de vida, a liberdade e a privacidade de seus funcionários e clientes e por isso usam um sofisticado esquema de servidores anti-hacking e anti-blackout. Mas é fato indiscutível que têm na mão um manancial de informações sobre os hábitos, preferências, fotos, filmes, transações etc que faria inveja a qualquer empresa comercial, instituto de pesquisa, governo ou organização criminosa. Teoria da Conspiração? Pode ser, mas é poder demais nas mãos de uma empresa só... O que dizer dos sucessores de Page e Brin? E se a justiça ganhar o próximo round e forem obrigados a entregar seus códigos-fonte? Me causa um grave desconforto, parecido com o computador megalômano de “Odisséia no Espaço” ou o Big Brother, que tudo controlava no livro “1984”.

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