Conversando com uma amiga que é jogadora profissional de vôlei de praia sobre nossos resultados desanimadores nas Olimpíadas (227 atletas, a maior delegação até hoje), ela me dizia que nos EUA todo atleta é obrigado a estudar - há gente cursando até Medicina - e a universidade trata de acomodar os horários para viabilizar a agenda. O nadador medalhista de ouro César Cielo mora em treina em Auburn, onde cursa Administração.
A formação profissional e o acompanhamento de uma equipe de nutricionistas e preparadores é uma segurança extra numa carreira que geralmente acaba cedo e que consegue no exterior patrocínios de longo prazo, diferente do Brasil onde os patrocínios são de apenas 1 ano. Após uma medalha, o atleta tem no máximo aquele ano para usufruir de prêmios em dinheiro, cachês de propaganda e licenciamento de produtos. A sonhada independência financeira não vem tão fácil. Não é à toa que chegam às competições com os nervos em frangalhos, como se viu no "festival" de lágrimas ou tombos em todas as modalidades. Ser atleta profissional do Brasil é tarefa realmente hercúlea. Some-se um sistema educacional que não oferece boa infra esportiva e pais sem condição financeira de apoiar com mensalidades e equipamentos a vocação do jovem (viram que muitos dos atletas vinham do Clube Pinheiros, de classe média alta em SP?), e temos aí a explicação para o desempenho pífio em Pequim.
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