Ártico

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

AS CABECINHAS OCAS DO MARKETING DE PRODUTOS

O que está se passando na cabeça desses gestores de marketing? Burrice, insanidade ou uma séria falta de capacitação para a função, por total incompreensão do novo contexto cultural/social? Francamente... Temos visto muitos gols contra, manchando a reputação da marca de forma grave. Vejam alguns casos recentes abaixo. 

As denunciantes fizerem intervenções nas peças

Primeiro, a SKOL, dentro de sua campanha "Viva RedOndo", usando os slogans "Esqueci o não em casa" ou "Topo antes de ouvir a pergunta". 

Resultado: acusada de fazer apologia à irresponsabilidade e ao estupro, teve que tirar a campanha do ar, às vésperas do Carnaval, devido a uma mobilização iniciada por duas garotas, que obteve 12 mil likes e 4 mil compartilhamentos no Facebook em apenas 24 horas. Com o Governo investindo para combater o abuso sexual, a violência contra a mulher, as drogas e a Lei Seca (direção responsável), anúncios com esse tipo de mensagem demonstram total falta de responsabilidade social. 

Na mesma linha, a marca DUREX cria uma promoção que é uma bola-fora total: uma cápsula no Carnaval baiano equipada com camisinhas e lubrificantes, que ficará a 15m de altura e onde casais de foliões poderão, em total privacidade, fazer o que quiserem durante 10 minutos cronometrados, ou seja, um "fast-food do sexo". Devem pensar que os consumidores são coelhos para uma "rapidinha" ou macacos para ficarem pendurados fazendo sexo nas alturas. Uma banalização da sexualidade que é, no mínimo, deseducativa, apesar da natureza do produto. No Rio de Janeiro a promoção não foi aprovada por falta de alvará. Imagine a higienização desse "santuário de bactérias" íntimas... Pior que motel de quinta. 


Um "nonno" fundador que não existia
Mês passado, o CONAR aplicou sanções contra a marca Diletto, por falso storytelling, primeiro caso do gênero no país. Na mesma esteira, o suco Do Bem também foi denunciado nas redes sociais, por inventar um fazendeiro de laranjas fictício. 

E o que não dizer das "camisetinhas infantis do Holocausto", lançadas pela Zara na Inglaterra, que algum estilista de pouca cultura pensava que eram inocentes modelitos de xerife? E foram retiradas de circulação tão logo os internautas começaram a protestar pela falta de sensibilidade (ou seria de noção)? 



Para quem ainda não entendeu, vou repetir: estamos na era do politicamente correto radical, do patrulhamento total sobre as marcas, onde não se admite mais "perder o amigo, mas não perder a piada". Jogadinhas de efeito em campanhas publicitárias, só se não falharem com a responsabilidade social. E mentira, jamais! Senão, o público cai matando mesmo, e a marca sofre vários prejuízos: jogar campanhas inteiras fora, refazer material publicitário caro, redução no estoque de boa vontade do público e consumidores e - no limite - a demissão do brilhante gestor que aprovou a criação das peças. 











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