Ártico

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

[PLANETA] A Tiffany e os diamantes éticos


A caixinha azul turquesa da joalheria Tiffany (fundada em 1837) é um ícone e seus diamantes trazem a promessa de eterna beleza, elegância e a qualidade de uma marca de luxo. Mas o Wall Street Journal revela que nem todos os diamantes Tiffany estão entregando essa promessa atualmente.


Em uma fábrica sem janelas de uma aldeia africana de Botwsana, a empresa ensina mais de 80 trabalhadores a transformar os diamantes brutos em pedras para anéis de noivado. À medida que o VP da unidade de diamantes, Mark Hanna, observava os novatos lapidarem pequenas pedras em lâminas giratórias, detectou um problema. "Dá para ver as linhas de polimento!”, o que é inaceitável para os padrões da empresa. Para proteger e expandir sua operação anual de US$ 2,9 bilhões, a Tiffany precisa desta fábrica africana – apesar dos seus altos custos trabalhistas, baixa produtividade e trabalhadores que fizeram dois dias de paralização em outubro/2009 [afirmando que a empresa é corrupta, racista, vulgar e as condições de trabalho abusivas].

No início da década, o setor registrou um aumento súbito na demanda. Temendo que o fornecimento de diamantes estivesse correndo riscos, e com gigantes da mineração como a De Beers entrando no varejo e para isso juntando forças com a LVMH, a Tiffany sentiu que era necessário mover as suas operações mais para baixo na cadeia de abastecimento. Assim, expandiu as operações para fornecimento, corte e polimento de diamantes, mas a um alto preço. Não apenas os executivos enxergam as linhas de polimento, mas as práticas de trabalho da empresa no exterior foram questionadas.


Com o aumento da preocupação mundial sobre os diamantes de guerra (veja o filme Diamantes de Sangue), a Tiffany tem o desafio de manter sua glamurosa imagem diante dessas notícias. Os consumidores de luxo agora se preocupam com a responsabilidade social, levando a um boicote da indústria contra a canadense Pebble Partnership, um potencial fornecedor que planejava explorar no Alasca uma mina de ouro que, segundo os ambientalistas, vai ameaçar os peixes. O CEO da Tiffany, Michael Kowalski, perdendo o bonde da sustentabilidade, afirmou que gostaria que sua clientela se concentrasse "na qualidade do anel de diamante, e não como ele se transformou no que é". Um tipo de atitude que fica cada vez mais impossível para as corporações e consumidores.

(livremente adaptado de http://www.brandchannel.com/home/post/2009/10/28/Can-Tiffany-Deliver-An-Ethical-Diamond.aspx#at)

Um comentário:

Luciana Vissirini disse...

From: Luciana Avila Vissirini
To: 'Amor ao Planeta' ; ; Sent: Tuesday, November 24, 2009 11:09 AM
Subject: RES: MKT PORTO ALEGRE 24 [MARCA] [PLANETA] A Tiffany e os diamantes éticos

Caros colegas e Professora,

Obrigada pelo envio da matéria, mas tenho que me manifestar e defender a Tiffany & Co.

Trabalhei para esta empresa em SP, onde fui responsável pela implantação no Brasil da área de Negócios Corporativos (até minha vinda para o RS), respondendo diretamente para Diretoria em NY - acho que posso tomar partido da empresa.

O que posso afirmar é que a Tiffany é extremamente ética, socialmente responsável, participa de vários programas e eventos assistenciais no Brasil e no Mundo e não tem envolvimento com diamantes de procedência duvidosa – inclusive suas pedras passam por rigorosa avaliação durante seis meses – antes de serem utilizadas na fabricação de qualquer jóia.

Há itens da matéria que dão uma conotação de “problemas com trabalhadores africanos”, mas não é dito o quanto a Tiffany gera de renda e capacitação à população da região – deixando claro que sua operação neste país não é a extração do diamante, apenas o corte, lapidação, polimento – cuja função ela está tentando ensinar, apesar dos altos custos e da baixa qualidade de resultados.

Quem tiver interesse na matéria, por favor, leia na íntegra a página postada, pois há links que falam justamente o quanto a Tiffany se preocupa com o meio ambiente, sendo inclusive a líder no boicote a um de seus fornecedores a Pebble Mine no Alasca, acusado de prejudicar a sustentabilidade do peixe Salmão.

Perdoem-me o desabafo - acho até que nenhuma empresa é 100% perfeita.

Deixo claro que não estou contra o artigo postado, até porque a autora Susan Chi é comentarista de branding, não ambientalista – e a atitude de nossa professora é louvável, nos alertando sempre sobre a sustentabilidade no mundo.

Quem me conhece melhor, sabe que sou defensora ativa da sustentabilidade ambiental, principalmente animal, mas acho que precisamos tomar cuidado com críticas públicas, sem comprovação de fatos, que colocam o histórico de uma empresa a prova, sem se conhecer de verdade o que ela tem feito em cada país que atua.

Abraço

Luciana A. Vissirini