Ártico

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

[PLANETA] Enquanto o COP-15 não chega, o que faz o Brasil?


O protocolo que vai substituir Kyoto virá da Conferência de Copenhagen (COP-15) em dezembro. Embora muitos considerem que Kyoto fracassou, até pela não-adesão dos EUA, pelo menos popularizou o tema e inspirou países como a Dinamarca, que de 2008 a 2012 reduzirá em 21% suas emissões e agora sediará o encontro. No Brasil, o governo comprometeu uma redução "voluntária" de 36,1% a 39,2% das emissões até 2020. A mudança de comportamento internacional fez as empresas brasileiras pressionarem o governo a adotar uma posição mais firme para a Convenção do Clima.

A ex-Ministra do Meio Ambiente e Senadora Marina Silva vai apresentar um projeto de lei para institucionalizar as metas brasileiras, porque num horizonte de 20 anos os próximos governos precisam ser obrigados a cumpri-las. O detalhamento operacional do plano deve constar no Orçamento Federal e existir um site para a sociedade acompanhar a implementação.

O Instituto Ethos e a Exame organizaram o debate “Copenhague: Desafios e Oportunidades”, e alguns problemas ficaram evidentes. No Brasil se investe apenas 1% do orçamento federal em tecnologia. Numa sociedade do conhecimento e sustentável é crítico sermos pobres em pesquisa e capital humano qualificado. Para Eduardo Viola, da UNB, o etanol é uma “energia do passado”, se comparada com a solar fotovoltaica e eólica, nas quais China e Taiwan investiram rapidamente nos últimos quatro anos. Apesar disso, 165 delegações de 80 países vieram conhecer nosso programa energético em 2009. Fernando Reinach, Diretor Executivo da Votorantim Novos Negócios, afirmou: “Temos o melhor parque energético renovável, somos líderes mundiais em tecnologia limpa e na sua implementação e metade do nosso combustível vem de fonte renovável.”

Até agora a discussão sobre o aquecimento global fica restrita ao universo científico, números e termos técnicos e o debate sobre sustentabilidade é difuso, obsoleto e politizado. A falta de entendimento de que o baixo carbono será a nova moeda das empresas atrapalha nosso avanço. É preciso saber como a sociedade reage e como o cidadão percebe isso no seu cotidiano. O presidente do Ethos, Ricardo Young, sugere uma coalizão nacional e suprapartidária para empreender as mudanças necessárias em favor do desenvolvimento sustentável no país que passa necessariamente pela inovação e ampla informação.


Fonte: Revista Digital Envolverde (http://envolverde.ig.com.br/?materia=66077&edt=1) e Revista Época nr. 600 ed. 16/11/09.

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