Ártico

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

10 TENDÊNCIAS PARA 2015

O gigante global de comunicação Havas Worldwide publicou as "10 Tendências para 2015", que resumi aqui para vocês. 

Detalhe: há dois anos eles haviam previsto que a palavra-chave seria "Co" (co-working, co-create, co-fund) e estavam certíssimos. Vale, portanto, ver o que os caras estão prevendo agora e como o marketing deve lidar com cada tendência. 




1) A nova palavra-chave é SELF. 

Como eles interpretam isso? Em um mundo cheio de incertezas, a única pessoa com quem podemos contar somos nós mesmos. Viveremos o dilema entre o auto-centrismo (não confundir com egoísmo, mas com "eu mereço", "eu valho a pena", "do meu jeito") e a necessidade de estabelecer conexões com os outros, sermos relevantes para eles. As empresas e o marketing precisarão acolher e ajudar as pessoas a resolver esse conflito, principalmente em relação ao nosso convívio com os outros. 

Se antes o Self era para geeks/nerds, agora ele é mainstream, como auto-monitorar nosso desempenho físico (Nike Fuel Band, iWatch, medidor de pressão e outros gadgets vestíveis), nosso humor, nossa dieta, nosso sono, nossa localização etc., permitindo gerenciar e compartilhar os dados, inclusive com médicos. 

Na educação, ao invés de cursos caros e demorados, entram novas opções de auto-didatismo, compartilhamento de conhecimento (grupos de ajuda, permutas), MOOCs (cursos abertos online como Coursera, EDX, Udacity) e a substituição dos programas de estágio remunerados em empresas por aprendizagem paga pelos interessados (ganha-ganha aluno/empresa). 

O "big brother" incomodativo, de sermos monitorados o tempo todo em todos os lugares, deixa de ser exceção e vira a regra. Vamos ver mais cenas chocantes, estar mais policiados, mais informação vai vazar. A revolta vai explodir mais rápido, e murchar mais rápido também. 

2) Uma nova Classe Média vai surgir

A automação vai aumentar o desemprego. As pessoas vão ganhar menos e o custo de vida vai aumentar. Por isso, vão buscar mais valor em tudo que consomem, mais eficiência, menos desperdício, seguros (de vida, de casa, de saúde...), e querer "luxo acessível"

3) Maior busca por atenção

A mídia social permite a qualquer um publicar qualquer coisa. Vamos conviver com mais imagens chocantes expondo os bastidores da notícia (videos pornô caseiros, selfies sexies, decapitações, manifestações), demonstrações de talento, tudo para chamar a atenção, nem que seja apelativo. Para as marcas, será preciso estudar os ingredientes do que fez sucesso, algumas delas poderão usar abordagens controvertidas ou ultrajantes, mas é preciso saber bem a diferença entre táticas de "olhe para mim" e "me dê valor".

Lembre-se: o sucesso tem vida curta no novo ambiente. 

4) Preocupação com pragas

O mundo viverá o medo de pragas biológicas (países pobres) e pragas digitais (países ricos). Seja por descontrole dos governos, terrorismo, ganância de empresas. A ansiedade das pessoas será maior do que o risco real, por desinformação, e o emocional vai embotar o racional. As empresas poderão lucrar ao oferecer "soluções de alívio", sejam quais forem. 

5) Segurança Alimentar

Cada vez mais o "comer saúdavel" entra em cena, colocando na berlinda glúten, açúcar, reabilitando o ovo, criando estrelas como goji berry, wheatgrass, chá verde e por aí vai. As comidas pouco saudáveis serão fortemente reguladas e taxadas, como aconteceu com o tabaco. As empresas precisam acompanhar os estudos científicos e modismos, saber que documentos internos comprometedores serão vazados e processos judiciais e boicotes serão contundentes. 

6) Amigo ou Inimigo?

Cada vez mais a fronteira ficará obscura. A tecnologia digital ajuda ou vicia? O governo monitora para proteger ou para nos controlar? As redes sociais aproximam ou afastam as pessoas? A marca é responsável ou oportunista? Os "frenemies" serão uma constante, e com isso a confiança nas empresas será abalada e cada vez mais difícil de conseguir. O patrulhamento por parte do consumidor vai aumentar e os mais esclarecidos estarão em estado de alerta permanente
Malala Yousafzai, Prêmio Nobel por lutar
pelo acesso das mulheres à educação

7) O poder feminino

O feminismo volta com tudo, mas repaginado. As mulheres cada vez mais assumirão postos de poder formal e influência cultural, travando lutas pró-igualdade e contra discriminação, violência doméstica, assédio e apelos sexistas, principalmente na comunicação das marcas, formatação de produtos e ambiente de trabalho.




8) De volta à selva

High Line Park, NY - onde antes era um viaduto abandonado
As cidades estão concretadas, climatizadas, cercadas e digitais demais, o homem sente-se domado, aprisionado. As pessoas vão querer se reconectar com a natureza, seja por meio de parques urbanos, pets, trilhas, alimentação e tratamentos estéticos mais naturais, rituais, iconografia (fotos, decoração, arquitetura). 

Cai o estereótipo de que esportes ou viagens X-treme são coisas para poucos, e homens. 

Os baby boomers (hippies) romperam com as normas nos anos 60, mas deixaram uma herança climática maldita; agora os millenials se vêm forçados a contragosto a pagar essa conta, e será que vão dar uma liberada geral também?  


9) Os Pequenos serão grandes

Pequenos empreendimentos serão a nova tônica de sucesso - feitos em casa, ajudados pelo digital ou sistemas de crowdfunding, com liberdade de espaço e horários, sem o risco da demissão, e fortes laços com a comunidade local. Há um ressentimento crescente com o "Big Business" e sua histórica abordagem nociva e gananciosa. A cultura corporativa das grandes empresas não é mais atraente para uma grande parte das pessoas. E as grandes terão que lidar com a concorrência de startups e dissidentes, com preços atraentes, boa qualidade e sem intermediários. Vejam os food trucks, bazares, feirinhas, coletivos, vendas de garagem, sacolões e tudo que anda pipocando em novos formatos. 


10) Minha casa é onde tudo está

Espaço de co-work em Melbourne, Austrália. 
O global está na palma da mão, então não é preciso viajar longas distâncias para trabalhar, socializar, comprar. As casas estão diminuindo de tamanho, os objetos ficando portáteis, muitos bens físicos são substituídos por digitais. O home office dá lugar o "me office" (em qualquer lugar, a qualquer hora, onde houver um wi-fi). 

Para as marcas, vale investir em portabilidade, flexibilidade, miniaturização e/ou "tudo em um", entender que as pessoas comprarão menos ítens, que não terão lugar para estocar. E que precisam se aproximar do consumidor participando de sua vida comunitária, ajudando nas suas causas relevantes, proporcionar o uso compartilhado dos bens. 

Em resumo:

Tempo e lugar se tornam irrelevantes, o mundo estará exposto diante de nossos olhos com tudo que tem de bom e ruim, as pessoas buscarão se reconectar local e fisicamente, as marcas deveriam estar presentes nessa vida mais local e próxima, haverá uma necessidade de quebrar as amarras e voltar à natureza, o que pode ser resumido em:

FIQUE LOCAL.

FIQUE SAUDÁVEL. 

PENSE VIRTUAL. 





Para ver o original, acesse : http://pt.slideshare.net/HavasWorldwide/10-trends-for-2015-presentation-42522352?utm_source=slideshow&utm_content=Marketing&utm_medium=ssemail&utm_campaign=personalized_digest














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