Ártico

terça-feira, 19 de março de 2013

PRÉ-SAL, OURO DE TOLO?

O Pré-sal foi descoberto em 1974 no governo Geisel, mapeado no governo Itamar Franco e  divulgado no governo Fernando Henrique como exploração inviável. No mundo inteiro não há tecnologia para extrair petróleo do pré-sal (mais de 3000m profundidade). O governo Lula alardeou que descobriu essas preciosas reservas e que os problemas energéticos do Brasil estariam resolvidos. Desde então a Petrobras tem sido usada como ferramenta disfarçada para distribuir verba a aliados, em busca de votos para o projeto político do governo. Dê uma olhada nos números da empresa mais ao final desta postagem...

O que surpreende é que os estados brigam pela divisão dos royalties de petróleo, antevendo o "tesouro escondido" do pré-sal. Ouro de tolo... ! 

No site da Statoil, infos didáticas sobre os desafios tecnológicos de águas profundas e pré-sal

Quem se der ao trabalho de entrar no site da Statoil, empresa norueguesa que detém a melhor e mais avançada tecnologia de prospecção e extração de petróleo em águas profundas, vai verificar que extrair petróleo do pré-sal é inviavel por diversos motivos:

a) falta de tecnologia adequada; o limite atual tecnológico foi atingido com um poço em Angola, com 2700m de lâmina d'água. 
b) falta de segurança numa operação de tal envergadura;
c) falta de viabilidade econômica: mesmo que fosse possível extrair o óleo, seu preço seria cinco vezes mais alto que o das á­guas profundas da Bacia de Campos.

(veja detalhes em http://www.goodideas.statoil.com/deep-dive-pt#heavy-oil-containerhttp://www.goodideas.statoil.com/deep-dive-pt#heavy-oil-container 

Isso sem contar o fato do mundo inteiro estar buscando energias alternativas de baixa emissão de carbono e fonte renovável, como solar, eólica, de algas, hídrica e elétrica. 

Desde a posse da nova presidente da Petrobras, Ma. das Graças Foster (Fev/2012), o setor passa por um choque de realidade. As metas da empresa foram revistas e os contratos com empresas fornecedoras minguaram.

Há quase uma década a Petrobrás não cumpre suas metas de produção. No segundo trimestre de 2012, contabilizou um prejuízo de 1,3 bilhão de reais, pior resultado desde 1999. No semestre, a queda foi de 64% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Hoje, o Brasil importa gasolina, óleo diesel e até etanol de milho dos Estados Unidos. Mas o dado que mais chama a atenção é a desvalorização das ações da Petrobrás desde a manobra de capitalizá­-la, sem na verdade injetar nenhum dinheiro em seus cofres.
De lá­ para cá, as ações da Petrobra­s perderam valor e a empresa vale menos 208 bilhões de dólares !



Enquanto isso, os Emirados Árabes, com grande visão estratégica, investem pesado para escapar da armadilha dos combustíveis fósseis e criar uma alternativa econômica no turismo arrojado de Dubai e Abu Dhabi e parques de energia solar. Idem o Google. 


Infelizmente, ao contrário de Embrapa (engenharia genética), Embraer (aeroespacial) ou até do Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra em Natal/RN, que realizam pesquisa de ponta, a Petrobras parece estacionada no tempo sem fazer jus ao reposicionamento de seu negócio anos atrás, como empresa de "Energia" e não apenas petróleo. 

Um comentário:

Arbache disse...

Patrícia, os dados no qual você está se referindo, são os públicos. Existem muitos dados, não divulgados, que refletem outra realidade. Existe uma grande distância entre o que se mostra e o que se faz, portanto sugiro uma pesquisa em dissertações e teses que analisam com mais precisão tais informações. Abs