Um dos principais problemas da economia brasileira, e, por tabela, do governo Dilma Rousseff, hoje tem nome e sobrenome. Chama-se Eike Batista, rebaixado no início de Abril pela agência de risco Standard & Poors para o nível B-, com perspectiva negativa, equivalente ao de um pré-calote. Por meio de suas várias empresas, Eike prometia petróleo e entregou poços secos aos seus investidores. Prometia uma nova Vale e entregou morros inoperantes. Prometia o maior complexo industrial e portuário da América Latina e no seu Porto do Açu há apenas um pier construído e muito passivo social a ser enfrentado. Prometeu um grande estaleiro e, na prática, é ele quem começa a ficar a ver navios.
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Paralisação causada por manifestação de proprietários de terras envolvidos no processo de desapropriação das áreas no entorno do complexo portuário do Açu |
Aparentemente, este seria um problema de natureza apenas privada. Ocorre que Eike hoje deve mais de R$ 10 bilhões ao BNDES e outros bilhões a bancos como Itaú, BTG Pactual e Bradesco. Sua quebra poderia desencadear um risco de natureza sistêmica.
No seu relatório, a Standard & Poors avisa que, se nada for feito, a OGX, principal empresa de Eike, queimará todo o seu caixa em 2013. Ou seja: não terá mais fôlego para rodar. E os bancos não parecem mais dispostos a colocar dinheiro nos projetos do empresário.