Ártico

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

[DIGITAL] Esqueça mísseis e caças, a próxima guerra será cyber




Mal assumiu o governo e Obama criou uma agência de Cyber Security ao custo de US$ 70 bilhões, declarando que o país definitivamente não estava preparado nem dando a devida importância a esse assunto crítico. Fatos alarmantes indicavam isso, inclusive na nossa praia. Agora, se eles não estão preparados, que dirá nós...

O Almirante Mike McConnell, ex-Diretor de Inteligência dos EUA, acredita que um ataque estratégico começaria por cortar a rede de energia. Atualmente transporte, sistema financeiro, comunicações, abastecimento de água e energia dependem de computadores e da Internet, então é previsível que na guerra do futuro não será necessário mobilizar porta-aviões, caças, mísseis nem soldados, operação cara e demorada. E se você pensa que as agências de inteligência são capazes de proteger a infraestrutura, engana-se.

Em 2007 os EUA sofreram um ataque vindo de fora, não se sabe de onde. Os Departamentos de Defesa, Estado, Comércio, Energia e a NASA tiveram seus sistemas invadidos e houve download de terabytes de dados confidenciais (equivalente a uma Biblioteca do Congresso). No seu discurso, Obama mencionou ataques conhecidos ao sistema elétrico americano e “um país estrangeiro, que deixou cidades inteiras no escuro”. Eram os dois blackouts ocorridos no Rio de Janeiro (jan/2005) e Espírito Santo (set/2007). Neste, sete fábricas de Vitória, maior produtora de minério de ferro do mundo, ficaram paradas durante dois dias, um prejuízo de US$ 7 milhões. Estima-se um prejuízo total de US$ 60 milhões no Brasil com os dois apagões. Se lembrarmos o recente blackout nacional (nov/2009) por “mau tempo” num dia de céu de brigadeiro... dá o que pensar.

Em novembro de 2008, alguém furou os firewalls e criptografias do Pentágono e entrou na rede CENTCOM do comando militar, ficando lá por vários dias – vendo todo o tráfego de dados, lendo documentos e com capacidade de interferir no sistema nuclear. A melhor suposição é de que pen-drives infectados tenham sido displicentemente deixados em locais freqüentados por militares, que ao serem conectados ao sistema inseriram nele programas maliciosos. A partir daí, os pen-drives foram banidos e até os chips são fabricados por empresas especiais, como a Sandia National Laboratories, temendo que os importados possam conter programas infiltráveis – o que já foi, de fato, encontrado.

Diariamente, propriedade intelectual, saldos bancários e tecnologia militar são sorrateiramente roubados por hackers. Mas foi-se o tempo dos nerds juvenis. A brincadeira agora é de gente grande e not just for fun.


Fonte: programa 60 Minutes da CBS, que pode ser assistido na íntegra (em inglês) em http://www.cbsnews.com/video/watch/?id=5578986n&tag=related;photovideo e recentemente passou na TV a cabo no Brasil. Ou leia sua transcrição em http://www.cbsnews.com/stories/2009/11/06/60minutes/main5555565.shtml?tag=currentVideoInfo;segmentUtilities.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

[PLANETA] Sexo, carne e aquecimento global



Você quer ver em tempo real uma simulação baseada em dados da CIA e da ONU sobre a mortalidade, natalidade e emissão de CO2 acontecendo no mundo, país a país? Entre no link http://www.breathingearth.net/ e você terá algumas surpresas !

Na Europa, só Portugal e Noruega reduziram as emissões de 2000 a 2004 (última data com estatística disponível). Na América Latina, a Bolívia e a Colômbia. E pasmem, Arábia Saudita, o berço dos poços de petróleo, também teve redução! Como os níveis de CO2 são calculados por país inteiro e não per capita, eles mascaram a poluição real dos cidadãos – Luxemburgo, Austrália e Kuwait são os povos mais poluentes do planeta, apesar do seu total ser baixo.

Nascimentos e mortes são proporcionais na maioria dos países europeus. Não encontrei nenhum país onde a mortalidade superasse a natalidade, o que significa que continuamos a procriar de forma massiva, com todos os impactos no consumo de alimentos, energia, água e, obviamente, stress dos ecossistemas. Éramos 2 bilhões em 1927, seremos 7 bilhões em 2012.

O site dá link para a ONG Goveg.com, que tem a campanha “Combata a mudança climática com mudança alimentar”, tendo Paul McCartney como garoto-propaganda do vegetarianismo. De fato, consumir carne sempre foi um indicador de quando um indivíduo cruza a linha da pobreza. À medida que a gigantesca população da China ganhe poder aquisitivo, a pressão por carne aumentará. Isso significa mais emissão de metano (gases da vaca), mais desmatamento para produzir ração e pasto, mais gasto de água. Mas antes que você precise abdicar da sua picanha, os pecuaristas acenam com soluções tecnológicas: plantio direto, recuperação dos pastos erodidos, adubação verde, reflorestamento e integração da pecuária com a lavoura (boi criado na sombra de árvores e com ração pode ser abatido com 1,5 ano, contra a média nacional de 4 anos).
Enquanto não encararmos sem demagogia o problema da explosão populacional e a má distribuição de recursos que a acompanha, rachando o planeta entre muito ricos desperdiçando e miseráveis famintos e mantidos sem acesso à educação, tudo o mais é só sambar em volta da fogueira. Nada a ver com esterilizações em massa ou punições governamentais, mas um pouco de informação, planejamento familiar e contraceptivos não fariam mal a ninguém - porque a questão é exponencial: quanto mais gente existir, mais gente nascerá.


Fontes extras: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI110165-15223,00-A+SAFRA+DE+QUE+O+PAIS+PRECISA.html, CIA World Factbook e United Nations Statistics Division. Com contribuição de Jener Tinoco, da Armação Propaganda/RN.