Ártico

domingo, 19 de maio de 2013

CEO QUE COMANDOU NESTLÉ POR ANOS QUER PRIVATIZAR A ÁGUA !

Estou PASMA com esta notícia, e não acreditaria se não tivesse visto com meus próprios olhos o ex-CEO da Nestlé declarar que a água não deveria ser um direito da humanidade, mas um produto vendido por grandes corporações, além de criticar os alimentos orgânicos, as ONGs e defender irrestritamente os transgênicos.



Vindo de uma empresa que sempre admiramos e confiamos ser realmente comprometida com a saúde humana, com a qual convivemos em nossos lares desde criancinha, fiquei chocada e decepcionada. Mas pensando bem, não é a primeira vez que a Nestlé está envolvida com acusações de falta de responsabilidade socioambiental.

Em São Lourenço/MG, enfrentou o "Movimento Cidadania pelas Águas", quando a população local se uniu ao Min.Público e se organizou para rechaçar a superexploração do Poço Primavera (que compraram da Vichy) para produzir a água Pure Life, que estaria enfraquecendo as fontes de águas medicinais essenciais à economia da região. Resultado: tanto escândalo internacional que descontinuaram a produção. Vale dizer: o lucro da Nestlé com o negócio de água mineral é de US$ 35 bilhões/ano.

Depois foi a vez da campanha do Greenpeace, que a acusou de - diferentemente de Unilever e Kraft Foods - recusar-se a dar um basta à compra de óleo de palma da Sin Mar, empresa indonésia que estava devastando as florestas e os organgotangos que nela tinham seu habitat. Só depois de milhares de emails de ativistas para o CEO, o Board e todos os maiores acionistas da empresa é que a Nestlé cedeu e declarou moratória à compra do produto, que é usado em seus chocolates como Kit Kat.

Tascam fogo na floresta para plantar palm oil ! 

Falando em chocolate, em 2001, junto com outras empresas, ela foi acusada de comprar cacau da Costa do Marfim, que era quase todo produzido por mão de obra escrava, muitas vezes crianças traficadas da República do Mali e Burkina Faso. Um documentário do Channel 4 "Slavery - a global investigation by Brian Woods and Kate Blewett" e outro da produtora Bastard TV "The Dark Side of Chocolate" mostram isso claramente, com entrevistas, cobertura de batidas policiais e depoimentos de ex-trabalhadores escravizados e até traficantes de gente. Se jornalistas facilmente descobrem essa perversa cadeia de suprimentos, como é possível que as grandes corporações não o façam ??? Só se pode chegar a uma conclusão: por que não as interessa saber.

Basta botar alguns milhões de dólares em projetos sociais marqueteiros e lucrar seus bilhões com a consciência apaziguada. Afinal, o que os olhos não veem...



E você, vai fazer o que a respeito? 

Repense o que você consome, de quem, e divulgue ao maior número de pessoas. Todos têm que saber !