Ártico

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

[DIGITAL] Digital Media Conference em SP


Imperdível este workshop de um dia só, para quem quer ficar antenado com as últimas técnicas para explorar branding e marketing no novíssimo universo digital e de convergência de tecnologias (mobile, TV digital e web 2.0).

Entre no link http://www.corpbusiness.com.br/evento/digital_media_conference_2/index.html para maiores detalhes. O defeito é que não informam o preço em nenhum lugar, vc precisará se cadastrar antes.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

[DIGITAL] As pessoas não lêem mais. Será? Depende do formato !


Lula se gaba disso. Steve Jobs da Apple acredita. Mas os fatos desconfirmam essa tendência. Os jovens estão devorando tudo que podem, eles nunca leram ou escreveram tanto como hoje. Desde que esteja em formato digital, em redes sociais e caiba no bolso. O velho mercado editorial, com conteúdos estáticos e repousados sobre polpa de árvore, está com os dias contados, idem ao tsunami que varreu a indústria fonográfica.

Os e-Books, como o pioneiro Kindle da Amazon (vendeu 500 mil unidades no primeiro ano, mais que o iPhone) são o novo modelo editorial, assim como um dia processadores de texto substituíram máquinas de escrever e blogs ganharam mais espaço que empresas jornalísticas. É mudança de paradigma. Curiosamente, o tamanho e a boa definição da tela do iPhone já estão garantindo à Apple um bom naco desse novo mercado. O Google digitalizou 1,5 milhão de livros em domínio público para download via Google Book Search. A Amazon oferece 230 mil títulos. A auto-publicação de obras literárias é outra tendência em ascensão, substituindo a peregrinação por editores interessados, demora no lançamento e baixo retorno financeiro para o autor.

Na CES de Las Vegas, mais importante feira de inovação eletrônica do mundo, surgiram telas flexíveis e retráteis, finas como folhas de papel, dobráveis como braceletes, enroláveis como cartolinas, feitas de compostos orgânicos que transmitem luz quando recebem carga elétrica, como o Oled, ou novos materiais ultra-resistentes, como o grafeno (derivado do carbono), que pode vir a substituir o silício dos chips, e impressão usando tinta eletrônica E-Ink. Os players são a Sony, a DuPont, a HP, o Exército Americano, o MIT, entre outros pesos-pesados da indústria e academia.

Ambientalmente mais amigáveis que mídias à base de celulose, com alta capacidade de conteúdos (o Kindle 2 armazena 1.500 livros em 300gr de peso a US$ 360) e alta definição da imagem, facilmente transportáveis, os e-Books e o e-Paper serão os MP3 do mundo literário.


Leia mais tendências no site do IDG Now (listado neste blog), que reproduz matéria da Computerworld USA.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

[PLANETA] Por uma Indústria Eletrônica eco-amigável



Um movimento importante que está em curso é o "Green IT", ou a preocupação ambiental com o e-waste, o lixo eletrônico. Se você é de empresa do ramo ou um consumidor voraz das últimas novidades tecnológicas (computadores, celulares, TVs, videogames), é importante saber que não se pode falar de consciência ambiental sem uma mudança radical na forma como são pensados, fabricados e descartados os produtos de maior grau de obsolescência do planeta - e a indústria já está se mexendo.

Em post de 11/ago/08 mencionei que 70% da produção mundial de lixo eletrônico fica na China (500 toneladas/ano). Em lugares como Karachi (Paquistão) e Ghana (África), milhares de trabalhadores e até crianças ganham a vida desmantelando sucata eletrônica exportada pela Europa, em busca de qualquer coisa que se aproveite - como fios de cobre e metais - e o resto (vidro, plástico, borracha) é simplesmente queimado, sem qualquer proteção para a saúde dos trabalhadores e do próprio planeta.

Um interessante estudo do Greenpeace, "Green Electronics Survey 2008", baseado numa metodologia criada em 2006 para analisar os quesitos pelos quais um produto eletrônico pode ser efetivamente considerado eco-amigável, traz dados e um ranking de empresas nas principais categorias do ramo. Os indicadores são:

1) Uso de substâncias químicas perigosas
2) Consumo de energia do produto
3) Ciclo de Vida - reciclabilidade, uso de plástico reciclado, garantias estendidas e coleta no descarte
4) Transparência sobre os dados envolvendo a fabricação e inovações que reduzam o impacto ambiental

Algumas conclusões interessantes do estudo: a expansão dos LEDs em telas, poupando energia e evitando o uso de mercúrio; como celulares e notebooks estão mal no uso de carcaças plásticas em comparação com TVs e monitores; a drástica redução de substâncias tóxicas como PVC, antimônio e berilo realizada pela indústria; a necessidade de divulgar de forma mais contundente os avanços ambientais dos produtos via marketing, para isso ter peso nas decisões de compra e a formação de uma cadeia logística reversa para que os produtos acabem sendo efetivamente reciclados. O produto campeão na somatória de todos os indicadores foi o Lenovo L244 0x wide monitor.

Quer saber os outros heróis e vilões nas diferentes categorias de produto? Quer saber como está o seu setor? Entre e veja o pdf do Greenpeace em http://www.greenpeace.org/raw/content/international/press/reports/green-electronics-survey-2.pdf

[PLANETA] Ceará dá show de cidadania em coleta de lixo



Estava eu dando aula sobre sustentabilidade em Fortaleza, quando para minha grata surpresa uma aluna me trouxe o folder da empresa Ultrambiental, que realiza coleta de lixo terceirizada. Em parceria com a Coelce (Companhia de Eletricidade do Ceará), eles realizam um projeto fantástico - ECOELCE - em que cada cidadão traz voluntariamente seu lixo doméstico reciclável para postos de coleta em pontos acessíveis da cidade, onde ele é pesado e creditado em pontos num cartão magnético, revertidos em desconto na conta de energia elétrica (como se faz em Barcelona !). Segundo a empresa, uma pessoa produz em média 5kg de lixo por semana, que muitas vezes vai parar nos bueiros, cursos d'água, terrenos baldios e encostas.

A Ultrambiental, além de educação para a população e seus "Operadores Ambientais", cuida do ciclo completo dos resíduos, seja para empresas ou para a comunidade: inventário, coleta, segregação e destinação final com certificação de destino. A "Rota Verde" é um percurso onde recolhem lixo de condomínios, hotéis, construção civil e rejeitos industriais, muitas vezes comprando esses resíduos ou permutando por algum tipo de bônus de interesse das empresas.

O casamento da vantagem econômica com a consciência ambiental é uma forma inteligente, moderna e sobretudo realista de ajudar o meio-ambiente com efetividade.

O Ecoelce foi a única iniciativa brasileira entre os dez vencedores do World Business and Development Awards 2008 (Prêmio Empresas Globais e Desenvolvimento), concedido em Nova York pela Câmera do Comércio Internacional, Fórum Internacional de Líderes de Negócios e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). A premiação destaca ações do setor privado que contribuem para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

Quer ver o filme? Entre em http://www.gruposervis.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=174&Itemid=106

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

[SOCIAL] O Alcorão e os Mano do ABC


Fiquei surpresa ao descobrir que havia escravos muçulmanos no Brasil e eles hoje inspiram a adesão de milhares de jovens da periferia a se tornarem “filhos do Islã” – e não mais de pais humilhados -, resgatando uma identidade cultural perdida e aviltada pelos colonizadores. Estima-se de 700 mil a 3 milhões os muçulmanos no país e já existem mesquitas até mesmo nos longínquos Amapá, Roraima e Amazonas. Rappers, hip-hoppers, negros, pardos, moradores de favelas, ex-presidiários, pessoas oprimidas que conseguiram, através dos rigores do islamismo, levar uma vida regrada, sem violência e recuperar sua auto-estima. Os Malés, povo guerreiro que foi manchete nos jornais de Boston, N.York e Londres se rebelaram em 1835 em Salvador contra os portugueses (fato mal citado em nossos livros de história) e os Haussás, trazidos à força do norte da Nigéria, lideraram rebeliões na Bahia no século 19.

O movimento ganhou força misturando a atitude do hip-hop da periferia paulista, a luta pelos direitos civis dos afro-descendentes americanos nos anos 60, ícones como Malcom X do filme de Spike Lee em 92, a farta mídia do 11 de Setembro e a difusão de informações pela internet. Os jovens não se dizem convertidos, mas “revertidos” para uma identidade seqüestrada pela escravidão que lhes dá orgulho.

O Vaticano declarou em 2008 que o número de muçulmanos no mundo já supera o de católicos. Igrejas “alternativas” exercem apelos limitados, muitas vezes dependentes de dinheiro ou de submissão. Esses jovens já se cansaram de abaixar a cabeça e viver em guetos, o Islã Hip-Hop lhes devolve a altivez, a mesma que enxergam na Palestina, no Iraque e no Afeganistão. Rola até a idéia de que o 11 de Setembro foi manobra dos EUA opressores para invadir os países muçulmanos !!!

Sou contra qualquer tipo de fanatismo religioso, que historicamente só trouxe desgraça, preconceito e guerras. Quando religião se cruza com ativismo político, sempre frutificam a intolerância, o separatismo e o radicalismo. Eles nascem da ignorância e da falta de perspectiva dos marginalizados sociais, que precisam se agarrar a alguma coisa para lhes dar um sentido maior para ir em frente, que lhes resgate a auto-estima. Os novos “revertidos” sonham com um Estado Islâmico no Brasil, e buscam fazer isso de forma organizada, pacífica, por meio da consciência. Combater o que chamam de “genocídio” da população periférica que vem desde a senzala, a maioria condenada a ter menos. Chamam a periferia de “senzala moderna”, onde lhes falta acesso ao conhecimento, segurança e respeito. Enquanto essa condição perdurar, o terreno estará livre e fértil para o crescimento de uma religião que, por exemplo, não é nada generosa com as mulheres – e pode representar um grande retrocesso se adotada com fanatismo (já vimos este filme: meninos pobres que entram nas escolas madrassas e futuramente explodem em algum shopping center).

Fonte: Revista Época, ed. 559, 02/02/09

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

[SOCIAL] O Detran e o Dilema do Prisioneiro

Anda todo mundo puto por ter que fazer prova ao renovar a carteira de motorista, que agora vence a cada 5 anos. Pensamos: “Eles só fazem a gente perder tempo, para ganhar dinheiro com a burocracia. Será possível que dirigindo há tantos anos eu não conheço as regras de trânsito?!?”. E assim fui eu estudar a cartilha e fazer os testes simulados antes da data da prova. Tive várias surpresas !

Você por acaso sabia que não se deve tirar o cinto de segurança nem o capacete de um acidentado, a não ser que haja problema para respirar, senão pode agravar a condição da vítima? Que a preferência num cruzamento é sempre do motorista que vem pela direita? Que existe diferença entre estrada (de terra) e rodovia (de asfalto) e os respectivos limites de velocidade implícitos são 60 e 110 km/h? Conhece a ordem imprescindível de prestação dos primeiros-socorros?

90% dos acidentes ocorrem por falha humana, e não mecânica, o que poderia cair pela metade se praticássemos a Direção Defensiva. O objetivo do Código Brasileiro de Trânsito não é punir, mas educar, e a boa convivência entre motoristas, guardas e pedestres é considerada um ato de cidadania. Faz sentido, então, botar todo mundo de volta no banco escolar com a cartilha na mão para, humildemente, preencher suas lacunas na educação do trânsito, palco de mortes, violências e egotrips.

A gente tem mania de achar que “o Brasil são os outros” – transferimos nossa responsabilidade e reclamamos da violência, dos políticos, da sujeira, da corrupção, da inflação, do desastre ambiental – ao invés de primeiro termos a postura correta ao votar, ao jogar lixo na rua, ao desperdiçar, ao sermos consumistas, ao não lutarmos pela educação fundamental, ao não aderirmos a boicotes justos, ao fazermos vista grossa à pobreza e ao preconceito... Já dizia o Prêmio Nobel John Nash, pai da Teoria dos Jogos que deu origem ao Dilema do Prisioneiro (veja gráfico abaixo) ou para os sociólogos o Dilema Social: está matematicamente provado que tendemos sempre a maximizar utilidade individual (primeiro eu) do que pensar no coletivo (ser solidário), pois não temos certeza do comportamento dos outros e temos medo de sermos trouxas e fazer o sacrifício enquanto os outros ficam na moleza. Porém, se todo mundo pensar assim... o coletivo sempre sairá perdendo, nós inclusos !

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

[DIGITAIS] Google ou Hal 8000 ?


Sou uma fã do Google e como milhares de pessoas uso seus programas Gmail, Picasa, Blogger, G.Search, Youtube e G.Earth, indiscutivelmente super amigáveis no manuseio, eficientes, inteligentes e gratuitos. Mas me assusta bastante a magnitude que as invenções brilhantes deles está tomando – diga-se de passagem, mais por mérito tecnológico do que marketing ou tramóias empresariais. Já vimos esse filme antes, quando a Microsoft varreu o mercado com seu Windows, só anos mais tarde ameaçada pelo Linux, Apple e alguns processos bilionários por tentativa de cartelização.

No capítulo que aborda os romances via internet do livro que estou finalizando, menciono a tecnologia de mídia social “affecting computing”, sistema para automatizar o encontro casual, estudado pelo Media Lab/MIT e Bluetooth entre outras diversas empresas desde 1998. O Latitude recém-lançado pelo Google, que permite achar seus amigos via sinal do celular é finalmente essa tecnologia trazida para o cotidiano acessível e não apenas coisa de serviço secreto. Ainda inventaram o Gmail Offline (que vai ameaçar o Outlook Express), o Google Maps, o Book Seach e a futura Universidade da Singularidade, que vai investir em inteligência artificial. Num post de 03/jul/08 informei que a justiça americana estava obrigando o Google a entregar os IDs e vídeos vistos por cada um dos internautas que usaram o YouTube, sob protestos de violação de privacidade, o que felizmente foi contornado.

Page e Brin, os fundadores, parecem ser gente boa e idealistas. Gente que incentiva o compartilhamento, a qualidade de vida, a liberdade e a privacidade de seus funcionários e clientes e por isso usam um sofisticado esquema de servidores anti-hacking e anti-blackout. Mas é fato indiscutível que têm na mão um manancial de informações sobre os hábitos, preferências, fotos, filmes, transações etc que faria inveja a qualquer empresa comercial, instituto de pesquisa, governo ou organização criminosa. Teoria da Conspiração? Pode ser, mas é poder demais nas mãos de uma empresa só... O que dizer dos sucessores de Page e Brin? E se a justiça ganhar o próximo round e forem obrigados a entregar seus códigos-fonte? Me causa um grave desconforto, parecido com o computador megalômano de “Odisséia no Espaço” ou o Big Brother, que tudo controlava no livro “1984”.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

[ÊPA] Ô duplinha, um já foi mas o outro...



Faço minhas as palavras de meu amigo Cristóvão Pereira: "O Brasil está sozinho em achar que pode se salvar apesar do destino do resto do mundo. Será somente pelo fato de Deus ser brasileiro? O pior é que alguns do Governo parecem acreditar que além de brasileiro ele é petista...

[ÊPA] Vidente ou nós é que somos tapados?


Informação curiosa enviada pelo meu ex-aluno Saul Saraiva:

"Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar
bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até
que se torne insuportável. O débito não pago levará os bancos à
falência, que terão que ser nacionalizados pelo Estado".

Karl Marx,Das Kapital, 1867
(Qualquer semelhança não é mera coincidência)

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

[DIGITAL] Obama, um presidente web 2.0


A vitória de Obama e a repercussão da sua candidatura em nível mundial é exemplar do ponto de vista do marketing digital - de fato, ele é um presidente midiático, não no paradigma antigo de mídia de massa, mas na era da interatividade. Todos nós votamos nele em sites online, assistimos sua posse como uma entrega do Oscar ou a chegada do ano novo na Times Square. Ele mobilizou os cidadãos do mundo, como manda o figurino da globalização e da sociedade em rede. Empossado ao meio-dia, o novo site da Casa Branca já estava no ar às 12:01 h ! Com direito a blog, fotos oficiais ou enviadas por qualquer internauta e três compromissos: Comunicação, Transparência e Participação.

Durante os 21 meses da campanha, Obama e sua equipe usaram todo tipo de tecnologia colaborativa, com open source: blogs, Twitter, Orkut, Linkedin, You Tube e um site próprio, o MyBarackObama. Os números são estonteantes: uma coleção de 13 M de endereços de e-mail cadastrados; 2 M de participantes do site MyBarackObama.com; 5 M apoiadores em 15 outras redes sociais, tendo no Facebook 3,2 M usuários e no Twitter 160 mil seguidores, via microblogging com a pergunta “o que vc está fazendo?”.

Sua equipe despachou 1 Bi de emails (foram 7 mil mensagens diferentes) e via celular 1 M de assinantes receberam de 5 a 20 SMS/mês. Estima-se que 11% do total de eleitores americanos deram fwd dos posts recebidos e 5% postaram suas próprias análises em blogs pessoais. O MyBarackObama permitia a criação de páginas pessoais e inicativas de formação de mini-comitês nas comunidades, recebimento de fotos e depoimentos, veiculava na Barack TV os videos de comícios e entrevistas.


O resultado? Arrecadaram US$ 500 M via 6,5 M de contribuições online por 3 M pessoas (quase duas doações por pessoa) na média de US$ 80. Quando o concorrente McCain se deu conta do poderio digital, criou um site cheio de infos, mas no paradigma antigo do "venha até mim", sem explorar as ferramentas de interatividade e colaboração. Deu no que deu.

Bacana é que o novo presidente não vai ficar esperando a mídia noticiar suas iniciativas. O site da Casa Branca irá disponibilizar todas as ordens executivas e proclamações da presidência durante 5 dias para revisão e crítica da opinião pública antes da assinatura final, dar em primeira mão notícias sobre a economia e a política com feeds automáticos para quem se cadastrar e coletar sugestões e reclamações. Já imaginou a pressão em cima do Congresso e Senado com tanta transparência e esse contado direto com a sociedade ???